Ao vê-lo, Jesus sorri de modo encantador e estende suas adoráveis mãozinhas para pegar aquelas luzes tão cintilantes. O pinheirinho não cabe em si de contentamento...
Irmã Tammie Laura Bonyun, EP
A época natalina sempre desponta com uma euforia de cores e alegria; casas e ruas se engalanam para celebrar o nascimento do Salvador, o acontecimento magno da Humanidade. As canções mais sublimes e harmoniosas são entoadas para acalentar o Deus Menino e os pinheirinhos, sempre verdes, são enfeitados com lindos e atraentes adornos, bem como com luzes, chocolates e doces.
Quem não terá tido o encanto, desde criança, de montar uma árvore de Natal em casa? No entanto, muitas crianças se perguntarão quem teve a idéia de ornamentar a primeira árvore, na noite de Natal? Recordemos a origem lendária deste belo costume natalino.
* * *
É noite. A natureza dorme debaixo de um manto branco, suave e gélido nas terras do Oriente. As estrelas cintilam nas alturas e a lua parece competir em alvura e brilho com a neve. As árvores choram, despojadas de folhas e flores, e suas lágrimas congeladas pendem dos galhos, parecendo diamantes reluzentes à luz do claro luar. Uma árvore, porém, mantém- se verde e vicejante: é o pinheiro que, apesar do gelo e do frio do inverno, nunca perde sua folhagem e parece reinar naquela solidão.
Em meio à floresta de árvores congeladas, um pinheiro mantém-se verde e vicejante, parecendo reinar naquela solidão |
Mas, tudo dorme? Não! Numa pobre e fria gruta das redondezas, uma jovem virgem, de extraordinária beleza, vela junto com seu casto esposo. Em poucos minutos ela será Mãe!
Meia-noite! De forma miraculosa nasce o Bebê, pois Ele não é um menino qualquer. É ao mesmo tempo Deus e homem, criancinha frágil e terna, entretanto, é o Ser eterno e todo-poderoso, o Salvador da Humanidade, prometido aos profetas e por eles anunciado: é Jesus, o Filho de Deus e de Maria!
Nesse momento, uma melodia desconhecida faz-se ouvir. Em poucos instantes o Céu se enche de luzes, cores e sons extraordinários, e aparece uma multidão de anjos que anunciam o nascimento do Redentor, cantando: "Glória a Deus nas alturas e paz na Terra aos homens de boa vontade!".
A natureza, até então seca e enregelada, de repente começa a tomar vigor como se fosse primavera! As árvores renovam suas folhas e flores, ficando muito mais bonitas do que antes. Tudo se torna colorido e perfumado. Animaizinhos, os mais variados, pequenos e grandes, saem de suas tocas para, felizes, brincar na neve, já coberta de vida. Os passarinhos abandonam seus ninhos para cantar as mais belas harmonias ao seu Criador feito homem. Também entre as árvores a alegria é geral, pois todas querem louvar este maravilhoso nascimento e têm algo para oferecer ao Menino Deus, acabado de nascer.
Só uma, entre as árvores, está triste e cabisbaixa: o pinheiro. Era ele o único a permanecer verde no meio do inverno. Contudo, agora, só ele não tem flores nem frutos para ofertar a Jesus. Seus galhos estão cobertos de folhas, é verdade, mas estes fincam e mais parecem espinhos, não permitindo se aproximar do recém-nascido, pois machucariam sua pele suave e delicada.
As outras árvores, compadecendo-se de sua desventura, não podem fazer nada. E o pinheirinho geme baixinho, sem ter ninguém a quem recorrer... Será que ninguém mesmo pode remediar sua tristeza?
As estrelas, lá no alto, brilham com mais fulgor e assim também elas louvam o Menino Jesus. E ao iluminar tudo, percebem haver na Terra alguém que não participa da mesma felicidade de todos. É o pobre pinheiro que se sente inútil e sem graça. Entreolham-se com pena e uma, a maior e a mais luzidia, propõe:
- Vamos ajudá-lo? Nós temos tanta luz e somos tantas que bem poderíamos emprestar-lhe um pouco de nossa luminosidade, pois deste modo ele teria algo para oferecer ao Menino Deus!
Todas aceitam a proposta e, com a rapidez do relâmpago, lançam-se sobre o pinheiro, que fica assustadíssimo, pensando incendiar-se!
Enfeitado pelas estrelas do céu o pinheirinho podia, finalmente, alegrar o Menino Jesus |
Mas o susto logo passa e, em um instante, vê-se ele todo coberto de brilhantes estrelas de todas as cores. Que alegria! Agora sim, está ele digno de apresentar-se diante do Divino Menininho, para louvá-Lo com este coruscar maravilhoso.
Ao vê-lo, Jesus sorri de modo encantador e estende suas adoráveis mãozinhas para pegar aquelas luzes tão cintilantes. O pinheirinho não cabe em si de contentamento... Por fim, depois de tanta tristeza, tem ele um presente que faz sorrir seu Criador.
Desde então, a cada aniversário do Menino Jesus, as estrelas, sem falhar uma só vez, desprendiam-se do firmamento para pousar nos galhos de todos os pinheirinhos da Terra e entregarem-se, estrelas e pinheiro, como presente ao Deus Menino.
Quando Jesus se elevou aos Céus, as estrelas não mais desceram à Terra para adornar os pinheiros. Elas subiram mais alto do que já estavam para ficar mais perto do Deus Humanado e, de alguma forma, embelezar ainda mais aquela festa eterna. Porém, na Terra, para recordar tal prodígio, as crianças começaram a decorar os pinheiros, na época do Natal, com bolinhas coloridas, estrelas reluzentes e todo tipo de enfeites e guloseimas, como oferta de seus inocentes corações, para alegrar o Coração do pequeno Salvador.
Saibamos nós também, neste Natal, oferecer o que temos de melhor a este Deus, feito Menino para nos abrir as portas do Paraíso perdido pelo pecado, à espera do momento em que possamos participar com Ele, sua Santíssima Mãe e São José, do grande banquete da vida celestial.
(Revista Arautos do Evangelho, Dezembro/2011, n. 120, p. 46-47)
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