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domingo, 30 de junho de 2013

Vesperas da Solenidade São Pedro e São Paulo, Apóstolos.


Solenidade de São Pedro e São Paulo, Apóstolos.




Jovens recebem o escapulário
Neste Sábado dia 30 de junho de 2013 por ocasião das vésperas da solenidade de São Pedro e São Paulo, foi realizada uma Solene Celebração Eucarística que foi presidida pelo Padre Santiago Canals, EP na sede dos Arautos do Evangelho em Campo Grande. Aproveitando o ensejo de tão grande Solenidade foi realizada uma cerimônia de recepção de escapulários. Receberam o escapulário, os jovens que fazem parte do Projeto Futuro e Vida, que é realizado em todas as cidades onde os Arautos se estabelecem.

Jovens acompanham a Homilia
Foto Final


sexta-feira, 28 de junho de 2013

Pescaria Com os Jovens Arautos

Pesqueiro Harmonia



Para os alunos do Projeto Futuro & Vida, além de atividades que realizam no fim de Semana Karatê, Música e Teatro. Nos dias de feriado participam de atividades especiais. No último dia 13 por ocasião do feriado de Santo Antônio Padroeiro da Cidade de Campo Grande, foi promovido uma grande pescaria no pesqueiro Harmonia onde em duas horas saíram 42 peixes totalizando 56 KG entre Tilápias, Pacú, Tambaqui e etc. Mas o mais interessante dessa atividade foi o extraordinário pôr-do-sol e uma inesperada revoada de pássaros que também poderão ver pelas fotos. Por fim enviamos as fotos dos peixes que foram preparados no dia seguinte.



Revoada de Passaros




Uma fada de verdade e um menino chamado João

Escrito por Clara dos Santos Nascimento

A história que vou lhes narrar é tão encantadora que bem poderia começar pelo famoso "Era uma vez..." Mas ela nada tem de fantasia. É fato real, acontecido há quase cinco séculos na Espanha, mais precisamente no Reino de Castela, num lugarejo de apenas cinco mil almas, chamado Fontiveros.

Corria o ano de 1548. Uma jovem viúva, Catarina Álvarez de Yepes, lutava com dificuldade para manter seus três filhos: Francisco, Luís e o caçula, João, que mal contava seis anos de idade.

Nesse ambiente de pobreza, em conseqüência da má alimentação, ficou João muito franzino, o que não o impedia de participar alegremente dos divertimentos das crianças de sua idade.

Certo dia, estando ele com seus amiguinhos às margens de um lago pantanoso, entregaram-se todos a uma UMA FADA.....JPGbrincadeira um tanto arriscada. Consistia a diversão em cada um dos meninos jogar na água, o mais distante que conseguisse, uma varinha e depois recolhê- la a partir da margem.

João lançou seu bastãozinho com decisão, mas, na tentativa de alcançá-lo, perdeu o equilíbrio e caiu naquela água lamacenta.

Foi ao fundo e voltou à tona logo em seguida, mas afundou novamente, ainda mais afastado da margem. Seus coleguinhas, não sabendo o que fazer e não tendo como socorrê-lo, começaram a gritar.

Notaram, entretanto, que Joãozinho flutuava serenamente e tinha o olhar fixo em algo que eles não viam. O que estaria se passando?

Depois dos dois involuntários mergulhos, voltando à tona, notou ele a presença de uma Senhora de beleza deslumbrante, envolta em luz, sorridente, que lhe estendia a mão alvíssima para ele pegá-la e, assim, poder sair do pântano.

Mas o nosso infantil herói, completamente esquecido de si e encantado com a beleza da maravilhosa Dama, não ousou pegar essa mão que tão maternalmente lhe era oferecida, pois iria manchá-la de lama, e isso ele não queria fazer de forma alguma!

Enquanto isso, na margem, atraído pelos gritos dos meninos, apareceu um camponês trazendo consigo uma vara. Felizmente esta tinha tamanho suficiente para alcançar o pequeno João, o qual foi retirado são e salvo.

Em sua inocente alma, ficaram gravados o sorriso da Senhora, o resplendor de sua luminosa face, a alvura daquela mão estendida para ele!... Mas, na ocasião, não contou o fato a ninguém, nem sequer à sua mãe.

Anos depois, o pequeno João de Yepes ingressou na Ordem do Carmo, onde recebeu o nome de Frei João da Cruz. Somente quando já era prior do seu convento, narrou que na infância tinha sido salvo por Maria Santíssima.

Hoje é ele venerado em todo o mundo como São João da Cruz, Doutor da Igreja, célebre pelas obras que escreveu, as quais lhe valeram o título de Doutor Místico!

(Revista Arautos do Evangelho, Março/2005, n. 39, p. 45)

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Romaria a Aparecida

V Romaria Nacional Apostolado do Oratório

 

Participe conosco deste momento de devoção a Nossa Senhora e conheça a sede dos Arautos do Evangelho

 
 


 


 
 
 
 
 
 
 
 

sexta-feira, 21 de junho de 2013

A Alegria deve ser a nota distintiva de quem ama à Deus

 

A Alegria deve ser a nota distintiva de quem ama à Deus

 

 

São Tiago Apóstolo
Tristatur aliquis vestrum? Oret” (Tg 5, 13). Assim já dizia São Tiago: Alguém entre vós está triste? Reze! Pois, a oração devota dilata o coração, conforta-o no desalento, consola-o nas aflições, dá-lhe força e coragem nos combates exigidos pela virtude. Nada mais próprio para nos fazer saborear as delícias dessa devoção do que o entretenimento constante com Aquele que é a beatitude dos Anjos e dos eleitos! Os Santos encontravam um Paraíso sobre a Terra em conversar interiormente com Deus, em alegrar-se com suas grandezas, perfeições e beatitude infinita e inalterável!

 Meios de adquirir a alegria espiritual

Dom Dimas abençoando os doentes da Santa Casa em
Campo Grande
E que Paraíso não encontraríamos nós, se sempre rendêssemos graças a Deus pelos Seus inumeráveis benefícios? De Deus recebemos o ser, as faculdades, os sentidos , a saúde, etc. A cada instante concede-nos a existência e nos conserva a vida. Que motivo de alegria para nós o sabermos que somos objeto duma solicitude tão terna e contínua da parte de um Deus! E que dizer das graças que Ele nos concede na ordem sobrenatural, graças mais preciosas que todo o universo? Todos estes benefícios inestimáveis são certamente dignos de nossas reflexões; a recordação frequente deles nos proporciona um gaudio extraordinário e exclusivo.
Considerando os dons divinos como imutáveis, segundo São Paulo: “Os benefícios concedidos no passado são penhores de benefícios futuros” (Rm 11, 29). Assim, as almas santas afastam de si os vãos temores, as inquietações, lembrando-se das palavras de São Pedro: “Quoniam ipsi cura est de vobis” (1Pd 5, 7), “Ponde em Deus todas as vossas solicitudes, porque Ele é que cuida de vós”. Essas disposições de gratidão e abandono são imensamente agradáveis a Deus e para nós são fontes abundantes de paz e de santa alegria.
 

No que consiste propriamente a devoção

Coroação de Nossa Senhora
Catedral de Campo Grande
Analisando estritamente a devoção, esta pode ser considerada como uma vontade pronta para se entregar a tudo o que pertença ao serviço de Deus, que consiste em um ato interno da virtude da religião. Em outras palavras, por devoção entende-se como um ato de dedicar-se, consagrar-se a Deus com zelo, mediante a prática de um ato especial da vontade, como nos diz São Tomás:
Ao mesmo ato de uma virtude pertencem querer fazer algo e ter a vontade pronta para fazê-lo, porque esses dois atos visam a um só objeto. Por isso, disse o filósofo: “A Justiça é a virtude que faz os homens quererem e fazerem o que é justo”. É evidente que fazer o que pertencem ao culto divino ou ao serviço divino propriamente é objeto da religião, como se pode concluir do que acima foi visto. Logo, pertence também à religião ter vontade pronta para querer esse objeto, e nisto consiste a devoção. Logo, a devoção é um ato da virtude da religião.1
A devoção, portanto, é o ato da vontade do homem que se oferece a Deus, enquanto último fim, para servi-Lo. Mas, poderíamos nos perguntar: O que causa a devoção?

As causas da devoção

Ela tem uma dupla causa: uma extrínseca, que é Deus e uma intrínseca, que está em nós, que é a meditação ou a contemplação, como explica São Tomás:
Devemos dizer que a causa extrínseca da devoção é Deus. Comentando o Evangelho de Lucas, escreve Ambrósio: “Deus chama aos que se digna chamar e aos que quer fá-los religiosos. Ademais, faria devotos os indiferentes samaritanos”. A causa intrínseca, que está em nós, deve ser a meditação ou a contemplação.
… diz o salmista:”Queimo-me como no fogo ao meditar”. Ora, o fogo espiritual causa a devoção. Logo, a meditação é causa da Devoção. 2
 
Enquanto efeito, é próprio da devoção a alegria, que neste caso é virtude anexa à virtude da religião. Mas acidentalmente pode causar a tristeza, enquanto condolência pelos males de outrem ou do mundo contra Deus, como a contemplação da paixão de Cristo, pela consciência dos próprios defeitos, como as faltas cometidas nesta vida, ante à contemplação da bondade divina, ou mesmo a tristeza que sentem aqueles que não fruem plenamente à Deus.

Vantagens da alegria

Alunos do Projeto Futuro & Vida
O serviço de Deus parece triste e fastidioso para muitas almas; os mundanos reputam-no até insuportável. Por quê? “Porque, como diz São Bernardo, vêem apenas os exteriores da virtude e não a alegria interior que inunda o coração dos amigos de Deus”3.
Auxiliados por essa alegria deliciosa, fruto da graça, os santos carregaram com facilidade o jugo do Senhor. Os sacrifícios contínuos que se impunham, as próprias perseguições dos maus, nada os abatia ou diminuía o seu contentamento, porque eles o colocavam unicamente em Deus.
A alegria santa que irradiava do seu semblante edificava o próximo e reconduzia as almas a Jesus. Quantos corações presos pelo mundo se dariam a vós, Senhor, se conhecessem a felicidade oculta em vosso serviço! Prova disso é a alegria das almas boas. É uma pregação muda que melhor convence do que todos os argumentos. Quantos pagãos não se converteram diante da alegria dos mártires no meio dos seus tormentos! Ser-nos-ia poderoso auxílio na piedade e no cumprimento dos nossos deveres, possuir sempre essa alegria celeste que nasce duma boa consciência e que empresta tantos encantos à Religião e à virtude, diz São Tomás:
A devoção procede de dois motivos a serem considerados: principalmente, da bondade divina, porque essa consideração se refere ao termo do movimento da vontade que se entrega a Deus. Desta consideração, naturalmente vem o prazer, segundo o salmista: “Lembrei-me de Deus e me eleitei”.4
Donde vem o desgosto tão frequente na oração, na renúncia e nos outros meios de santificação da alma? Do pouco fervor e generosidade neles. A alegria espiritual apresenta remédio para esse mal: dilata-nos o coração, inspira-nos coragem e duplica de certo modo as nossas forças; torna-nos capazes de permanecer fiéis a Deus, apesar das dificuldades e das tentações, como nos afirma doutor angélico:
 
Deve-se dizer que a alma que de um lado está atribulada por causa das faltas cometidas nesta vida, de outro, congratula-se ao considerar a bondade divina e a esperança no auxílio de Deus.5

Peçamos a Nosso Senhor Ressuscitado, que nos faça participar das alegrias que sentistes ao sairdes glorioso do Sepulcro. Que encontremos na leitura, na oração e na recordação da bondade divina, os verdadeiros remédios para as desolações, tristezas e amarguras. Que a esperança de
Pôr-do-sol na sede dos Arautos em Campo Grande
ressurgir um dia e de partilhar da glória celeste, nos console em todas as provações, como diz Nosso Senhor Jesus Cristo aos apóstolos: “Alegrai-vos porque os vossos nomes estão escritos nos Céus”.

 
 
 
Citações:
¹S. Th. II-II, q. 82, a. 2
²S. Th. II-II, q. 82, a. 3.
³Apud Bronchain, Luís. Meditações para todos os dias do ano, segundo a doutrina e o espírito de Santo Afonso Maria de Ligório. Petrópolis: Vozes, 1959. p. 302.
4S. Th. II-II Q. 82 a. 4
5S. Th II-II, q. 82, a. 4.
 


quinta-feira, 20 de junho de 2013

Projeto Futuro & Vida

E. M. Luis Antônio de Sá Carvalho

No dia 19 de Junho foi realizado um novo Projeto Futuro & Vida na Escola Municipal Prof. Luis Antônio de Sá Carvalho. 
Todos os alunos puderam participar do evento, no período matutino. Alguns dos alunos foram premiados com a bolsa oferecida pelo Projeto, e muitos outros ganharam incentivos para os estudos e para a prática da música.
A apresentação musical ali realizada contou com a participação dos próprios alunos do colégio, que tiveram a oportunidade de conhecer diversos estilos de música.
As atividades tiveram a aprovação e recomendação dos professores, que também não deixaram de participar…
 

 





 

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Ladrão! Segura o ladrão!

Um rico mercador conversa acaloradamente com um humilde artesão, zeloso de sua honra. Inopinadamente, o mercador sai correndo e o artesão grita: "Ladrão! Segura o ladrão!" O que terá acontecido?
Maria Teresa Ribeiro Matos.JPGMaria Teresa Ribeiro Matos
As feiras da Europa medieval não eram como as de hoje, barulhentas aglomerações de barracas vendendo frutas, legumes, carnes, peixes e miudezas várias.Tratava-se, pelo contrário, de imensos mercados públicos dos quais participavam comerciantes de diversos países.

Realizavam-se em determinadas épocas do ano e duravam dias seguidos. Nelas se vendiam também jóias de ouro e prata, pedras preciosas, tecidos finos, tapetes orientais e todo tipo de mercadorias de grande valor. Os reis e IMAGEM_1.JPGgovernantes favoreciam a tal ponto esses eventos que elas se tornaram o principal instrumento do comércio internacional.

De uma dessas feiras retornava um esforçado mercador. Embora cansado por mais de um mês de duro trabalho, estava ele contente pelos bons negócios que havia feito. Levava consigo, numa boa bolsa de couro, uma fortuna em moedas de ouro.

A meio caminho, Gontran - assim se chamava ele, em homenagem a São Gontran, rei da Borgonha no final do séc. VI - teve uma boa idéia: em vez de ir em linha reta para sua aldeia, fazer um desvio e passar pela cidade de Amiens para contemplar a famosa imagem do Divino Salvador, conhecida pelo nome de "Belo Deus d'Amiens", cuja perfeição atraía visitantes de toda a Europa.

Assim pensou, assim fez. Dirigindo-se rumo ao Norte, atravessou os verdejantes campos do vale do Rio Oise e alcançou em poucos dias as margens do Rio Somme, para fazer comodamente de barca o resto da viagem.

Gontran era bom comerciante, mas, sobretudo, bom cristão. Sabia apreciar as maravilhas criadas por Deus e tinha alma contemplativa. Assim, encantou-se com as paisagens, as aldeias singelas e os magníficos castelos que podia ver nas duas margens do rio.

Chegando a Amiens, foi direto para a Catedral e ficou longo tempo extasiado, contemplando o "Belo Deus". Depois entrou para rezar diante de uma imagem da Virgem Maria, que acolhia com maternal sorriso seus devotos. Ajoelhou-se, pousou ao lado sua bolsa de couro e lá ficou em oração durante quase uma hora. Quando, por fim, decidiu seguir seu caminho, saiu distraído e... esqueceu a bolsa no chão!

Não demorou muito em dar-se conta do acontecido. Aflito, voltou apressadamente à Catedral, na esperança de ainda encontrar seu tesouro onde o havia deixado. Nada! A bolsa ali não estava mais... Pediu informação ao padre, ao sacristão, a alguns fiéis que por lá encontrou. Ninguém havia visto objeto algum no chão.

- Pobre de mim, perdi tudo! - exclamou angustiado.

Em pouco tempo, porém, acalmou-se. E, ajoelhando-se novamente ante a imagem de Nossa Senhora, pediu-Lhe auxílio para resolver seu problema. Saiu preocupado, não sabia onde nem como procurar, mas algo lhe dizia no fundo da alma que a Virgem Mãe ia de alguma forma ajudá-lo a recuperar as suas moedas de ouro.

O que acontecera, afinal, com a preciosa bolsa?

Nesse meio tempo, tinha vindo rezar diante da mesma imagem da Virgem Bendita um artesão residente próximo à Catedral, homem honrado e verdadeiro cristão. Lá chegando, viu no chão a bolsa de couro, selada e guarnecida de um pequeno fecho. Pegou-a, e logo percebeu o seu conteúdo.

O mau pensamento de apropriar-se do bem alheio nem sequer lhe passou pela mente honesta. Sua preocupação foi bem diferente: "Meu Deus, como fazer para encontrar o seu verdadeiro dono? Se mando apregoar pela cidade o que acabo de encontrar, não faltará gente desonesta desejosa de apossar-se do que não lhe pertence!"

Depois de pensar um pouco e pedir ajuda a Nossa Senhora, voltou para casa, guardou a bolsa no cofre e escreveu a giz no portão de entrada: "Se alguém perdeu alguma coisa, venha falar com o dono desta casa" .

Por lá passou Gontran, após ter vagueado por muitas ruas de Amiens. Leu o aviso escrito no portão, viu o artesão postado na janela e perguntou-lhe:

- Sois vós, senhor, o dono desta casa?

- Sim, senhor, enquanto Deus o permitir. Em que vos posso servir?

- Dizei-me: quem escreveu essas palavras em vosso portão?

- Meu bom amigo, passa por aqui muita gente, sobretudo estudantes que gostam de escrever onde quer que lhes passe pela cabeça. Mas, perdestes algo? - disse o artesão, fingindo a mais completa indiferença.

- Tudo quanto consegui ajuntar em anos de trabalho.

- O que, precisamente?

- Uma bolsa de couro, guarnecida de um fecho e selada, repleta de moedas de ouro.IMAGEM_2.JPG

O mercador descreveu a bolsa, nos mínimos detalhes, de modo a não deixar qualquer dúvida de ser ele o seu verdadeiro dono. O artesão convidou-o a entrar na casa, tirou do cofre a bolsa e lhe entregou, dizendo:

- Aqui está. É sua. Que Deus o ajude e proteja.

Diante de tanta honestidade, Gontran, cheio de admiração, deixou-se levar por um generoso impulso de alma: "Ó Belo Deus d'Amiens! - pensou - este modesto e piedoso artesão é mais digno do que eu de possuir esta fortuna". E devolveu a bolsa ao artesão, dizendo- lhe:

- Senhor, este dinheiro estará melhor colocado em vossas mãos do que nas minhas. Ficai com ele, e que Deus vos dê muita felicidade.

- Ah, caro amigo, levai vossa bolsa, por favor! É a vós que ela pertence!

Gontran, porém, recusou-se categoricamente a aceitá-la de volta. E, para livrar-se da insistência do artesão, saiu correndo. Este partiu em sua perseguição, bradando a plenos pulmões:

- Ladrão! Segura o ladrão!

Ouvindo esses brados, os transeuntes cercaram o mercador fugitivo, agarraram-no e perguntaram ao artesão:

- Aqui está o homem, seguro. Que vos roubou ele?

- Senhores, ele quis roubar-me a honra e a probidade, que fiz questão de cultivar ao longo de minha vida.

A essas alturas, já tinha se juntado na rua uma pequena multidão, no meio da qual se destacava um membro do Conselho Municipal, que intimou o artesão a explicar melhor o caso. Este, então, contou toda a história, e os habitantes de Amiens deram-lhe inteira razão.

E o mercador foi obrigado a levar suas moedas de ouro...

(Revista Arautos do Evangelho, Agosto/2004, n. 32, p. 44-45)